Com o retorno dos clubes ao NBB, a modalidade ganha mais visibilidade e tem a possibilidade de atrair novos torcedores
Repórter: Diego Figueiredo
Editora: Larissa Mafra
Após quatro anos de ausência, o Vasco retoma sua participação no Novo Basquete Brasil (NBB), juntando-se a Botafogo, São Paulo, Corinthians e Flamengo – organizações tradicionalmente conhecidas no futebol, que também investem no basquete. “Com a volta do Vasco para o NBB, tenho mais interesse em assistir aos jogos. Vi algumas partidas dos playoffs no passado, mas sem o time que eu torço, assumo que perde a emoção para mim”, admite o torcedor Juan Gonçalves, de 23 anos de idade.
O basquete está em ascensão no Brasil e, de acordo com levantamento da empresa Sponsorlink, de 2022, 52% dos brasileiros acima de 18 anos se consideram fãs da modalidade. No entanto, esse interesse crescente muitas vezes está ligado à popularidade da NBA. Em entrevista ao portal “Esquinas", Álvaro Cotta, diretor de marketing da Liga Nacional de Basquete (LNB) revela: "Pesquisas indicam que temos mais de 30 milhões de fãs de basquete no Brasil, mas apenas um milhão de pessoas interagem conosco nas redes sociais da NBB.”
O Flamengo, time recordista em títulos do Novo Basquete Brasil, conquistou sua torcida não apenas pelo sucesso da equipe, mas também pela estabilidade. Inicialmente, a paixão pela entidade atraiu o torcedor fanático para acompanhar as outras modalidades esportivas. Matheus Andrade, torcedor do rubro-negro, compartilha a visão de muitos: “Torcer pelo Flamengo me fez assistir até os e-sports do clube, só acompanhava porque meu time estava lá. Já pelo basquete, confesso que assistia esporadicamente antes da criação do NBB, no caso, via com mais frequência as partidas da NBA”.
A expectativa é que a reintrodução das equipes do Botafogo e Vasco aproxime suas torcidas ao basquete novamente. Lucas Fernandes, de 23 anos, comenta: “Se o Vasco está participando e estou acompanhando, eu torço por ele, independentemente de outros times”. Essa lealdade das pessoas às suas instituições de futebol favoritas pode impulsionar o interesse por outras modalidades esportivas, como o basquete. Juan Gonçalves, de São João de Meriti (RJ), compartilha: “Com o retorno do Vasco, com certeza estou muito mais interessado em ir para as arenas assistir aos jogos do NBB”.
No entanto, apenas os nomes das instituições nem sempre são suficientes para atrair novos públicos para um esporte secundário no Brasil. Fernando Melo, de 21 anos e torcedor do Botafogo explica que o interesse pelo basquete muitas vezes é resultado da NBA e não do campeonato brasileiro.
A 16° temporada do Novo Basquete Brasil contará com 19 equipes e é a maior edição da história. Além dos clubes cariocas, o Mogi Basquete também participará. Vale destacar que a temporada 23/24 não terá a chancela da Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB), o que retira da liga o status de torneio nacional oficial e a capacidade de classificar equipes para competições internacionais.
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