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Clubes resgatam história e popularizam terceiras camisas

De lendário sambista à estádio centenário, uniformes alternativos vem se destacando com capricho e homenagens


Repórter: Tiago Mendes

Editor: Bernardo Monteiro


Torcedor com nova camisa em homenagem à Cartola Foto: Reprodução

No dia 11 de Outubro, o Fluminense e a Umbro lançaram o terceiro uniforme do time em homenagem ao Cartola, um icônico e lendário sambista. A camisa teve uma boa recepção de torcedores e abriu-se um debate nas redes sociais sobre como os times brasileiros vem dando uma atenção especial aos seus uniformes alternativos, focando em trazer sua história e conquistas e caprichando nas estéticas trazidas para as vestimentas.


Típicas por fugirem dos padrões estéticos do time, as terceiras camisas fazem jus ao nome que recebem de uniforme alternativo, e buscam alcançar uma nova estética que o clube contém, ou relembrar um design passado. Sabendo disso, os times brasileiros nos últimos anos têm dado bastante atenção a confecção de seus terceiros uniformes, em prol de satisfazer suas torcidas e ganhando destaque também no cenário fora do futebol.


Celebrando a paixão do lendário Cartola ao Fluminense, o uniforme lançado homenageia a canção “Corra e Olhe o Céu”. A letra da música se faz presente em toda a camisa, na parte frontal e nas costas, transformando o uniforme em um manuscrito do artista que conta com a escrita do próprio Cartola. A camisa predominante verde com detalhes rosa é referência à Estação Primeira de Mangueira, uma das mais tradicionais escolas de sambas do Rio de Janeiro, que está diretamente atrelada ao Cartola. A camisa foi muito bem recebida pela sua torcida e muito elogiada por torcedores de outros times em redes sociais.


Em território carioca, não só o Fluminense se destaca, mas o Vasco da Gama vem sendo muito elogiado pelo capricho em seus uniformes. Na temporada 21/22, o Cruzmaltino lançou uma camisa branca em homenagem aos 95 anos de São Januário, estádio do time. O uniforme ainda vinha com o escudo do Vasco na cor dourada cercada por uma cruz, que faz alusão ao brasão da estátua do navegador Vasco da Gama. Essa camisa foi eleita a mais bonita do mundo pela Classic Football Shirts, empresa inglesa especializada em camisas de futebol.


Nesta temporada, o Vasco se destacou mais uma vez e teve seu lançamento do uniforme alternativo muito elogiado nas redes sociais. Trata-se de sua nova camisa que homenageia os lendários Camisas Negras, elenco vascaíno que foi campeão carioca em 1923. O time considerado um dos mais importantes da história vascaína, é conhecido por ter sido referência e um dos pioneiros na luta contra o racismo e preconceito da época.  


Alessandro Barbosa, torcedor do Vasco e estudante de ciência da computação, afirma que as camisas do seu clube de coração tem resgatado de volta o amor pelo seu time: “A gente vê o Vasco nessa crise por anos, fica meio difícil usar a camisa do time com o time sem conquistar nada grande, sem dar orgulho pra gente. Mas essas camisas são tão bem-feitas que a gente compra mesmo assim. Sai com ela pra rua, pra eventos e faz com que a gente ganhe mais apreço pelo time, e, mesmo em má fase, usamos com orgulho essas camisas”.


Em São Paulo, em parceria com a Nike, o Corinthians lançou em 2022, um uniforme alternativo em homenagem aos 10 anos do “ano dourado” do Timão. Na ocasião, em 2012, o Corinthians ganhou dois de seus maiores títulos, a Libertadores e o Mundial de Clubes, sendo este, o motivo maior da homenagem. O Mundial de Clubes aconteceu no Japão e por isso, a camisa leva a escrita milenar japonesa chamada shodô, que é feita com pincéis com a frase “Aqui é Corinthians”. 


Terceiros uniformes do Vasco de 2022 e 2023 e do Corinthians de 2022 Foto: Reprodução/ Instagram

Todas essas camisas têm em comum o resgate da história do time. Sendo o Vasco homenageando São Januário e a Resposta Histórica, Fluminense resgatando e se relacionando com Cartola, um sambista lendário torcedor do clube ou Corinthians lançando camisa sobre o Mundial de 2012. 


Com torcedores felizes, é esperado que as camisas sejam comercializadas em massa. Sucesso de vendas, as camisas rapidamente entram no cotidiano e acabam saindo do âmbito torcedor e alcançando indivíduos que não tem a tradição de estádio, não acompanha muito ou até sequer tem relação com o time. É o caso de Carlos Eduardo, assistente técnico da Light: “Sou Flamenguista desde pequeno, tenho várias camisas do Mengo. Mas esse ano, o São Paulo lançou uma muito linda e eu não consegui ficar sem comprar.” O uniforme o qual Carlos faz referência é a camisa da temporada de 2022, em que o São Paulo homenageou o icônico agasalho de Telê Santana, lendário técnico brasileiro que conquistou a Libertadores e Mundial pelo time em 1992.


O âmbito comercial nessas ocasiões se mistura muito bem com o âmbito cultural dos times. Trazendo referências e homenagens, os times conseguem ir muito bem no mercado, conseguindo mais lucro e consequentemente mais reconhecimento, fama e influência.



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