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Rafael Lopes

Luta em prol da legalização da maconha ganha espaço nos estádios do Brasil

Movimentos crescem em número e representatividade nas arquibancadas

Repórter: Rafael Lopes

Editor: Bernardo Monteiro


Bandeira da Vasconha é exposta no arredores do Maracanã. Foto: Reprodução

A luta pela descriminalização da maconha é uma realidade entre as torcidas do Brasil. Prova de que os estádios se tornaram espaços propícios para a manifestação de causas sociais e políticas, as iniciativas a favor da legalização da cannabis têm ganhado muito apoio em todos os cantos do país. A expressão dos movimentos já alcança, inclusive, pessoas que não fazem uso da substância. 


Formada por torcedores do Vasco, a Vasconha é, sem dúvida, a iniciativa mais emblemática. Criada em 1998 e potencializada nos últimos anos, a iniciativa conta com bandeira e até cântico em São Januário: "Vasconha! Vasconha! Vasconha! Sem maconha, o Vasco não ganha!" Em 2023, o movimento se popularizou graças ao streamer Casimiro, que demonstrou apoio com uma foto usando um boné da Vasconha nas redes sociais. 


Casimiro usando o chapéu da Vasconha em um jogo do Vasco. Foto: Reprodução

Idealizador, o gerente de marketing Vinícius Santos admite que a iniciativa surgiu de forma natural: "A Vasconha surgiu numa conversa de amigos em São Januário. Fomos crescendo aos poucos, fizemos a bandeira do Mujica, depois fizemos os bonés e começamos a vender uns dois por mês… o salto mesmo veio agora, com o apoio do Cazé."


Santos conta que os estádios são locais propícios para esse tipo de manifestação, por conta do potencial de visibilidade no país: "Cantar a música da Vasconha no estádio não significa apenas para quem está em São Januário. A música ecoa na transmissão, nos melhores momentos… é a perpetuação da ideia por meio de um canal muito popular, que é o futebol." 


Movimentos como a Vasconha lutam pela legalização recreativa e medicinal da cannabis no Brasil. Inclusive, o movimento de torcedores cruzmaltinos é articulado com famílias cariocas que precisam de tratamentos à base de canabidiol, para buscar meios de facilitar o acesso às medicações. Santos acredita que a luta pelo uso da maconha não pode ser dividida: "A estigmatização com o uso recreativo atrapalha ainda mais as famílias e pacientes que precisam do canabidiol. Nossa luta é pela legalização total da cannabis sativa."


Nas arquibancadas paulistas, a Porconnabis é a principal voz pela legalização dentro da torcida do Palmeiras. O gerente comercial Diego Nogueira é um dos criadores e destaca a importância do movimento em torcidas de massa como Palmeiras e Vasco: "A Porconabbis existe desde 2015 e já estamos espalhados pelos quatro cantos do país. A existência dessas iniciativas em torcidas nacionais, como Palmeiras e Vasco, amplia ainda mais a nossa voz."


Assim como acontece na Vasconha, os idealizadores da Porconnabis não intitulam a iniciativa como uma torcida organizada. A expressão mais adequada, segundo os entrevistados, é estilo de vida. Mais uma similaridade notada nos movimentos é o potencial enquanto marca: as duas iniciativas contam com lojas virtuais, em que qualquer pessoa pode adquirir produtos como bonés e camisas.


As expansões dos movimentos demonstram a popularização da causa em prol da legalização. Porém, Vinícius conta que o processo também "poluiu" a luta: "Atualmente tem muita gente querendo montar movimento só porque fuma e gosta de futebol, é preciso separar as coisas. Movimentos como a Vasconha e a Porconnabis lutam, de fato, pela causa. O Coxapados, do Coritiba, faz um trabalho muito bom lá no Sul e é um exemplo de iniciativa parecida com a nossa."


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