Iniciativa busca reduzir demanda de pacientes nas unidades de emergência da cidade
Repórter: Bruna Silva
Edição: Larissa Mafra
O cenário de superlotação e horas de espera nos hospitais de emergência e unidades de pronto atendimento (UPA) do Rio de Janeiro pode estar próximo de mudar. Servidores do Programa Líderes Cariocas do Instituto Fundação João Goulart, vinculado à Secretaria Municipal da Fazenda e Planejamento, idealizaram o projeto "Saúde Pública Carioca Dá o Papo", com o intuito de facilitar o acesso à informação e aliviar a pressão sobre essas unidades de saúde.
De acordo com Virgínia Santa Rosa, uma das idealizadoras do programa, a falta de conhecimento sobre onde buscar atendimento médico é um dos principais fatores que contribuem para a superlotação nos hospitais de emergência e UPAs da cidade.
Dados da Subsecretaria de Atenção Hospitalar, Urgência e Emergência (SUBHUE) revelam que aproximadamente 80% dos casos atendidos nesses locais poderiam ser resolvidos em clínicas da família. “Nosso projeto é focado na comunicação, utilizando ferramentas com linguagem clara e objetiva, com o objetivo de apresentar a rede de saúde e seus fluxos à população, sem bloquear o acesso”, explicou Virgínia.
Já aprovado pelo Secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, o plano tem previsão de lançamento para 2024. A iniciativa se desdobra em três ações fundamentais:
1 - Envio de SMS: os usuários do Sistema de Saúde (SUS) receberão mensagens de texto com informações sobre os serviços disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS);
2 - Transmissão de vídeos informativos: nas salas de espera das Unidades de Pronto Atendimento e Centros de Emergência Regional, vídeos serão transmitidos para orientar os pacientes e desestimular visitas desnecessárias aos hospitais de emergência;
3 - Jogo Educativo: O projeto também inclui a criação de um jogo educativo, destinado aos alunos do oitavo ano do ensino fundamental da Rede Pública, a ser trabalhado pelas equipes do Programa de Saúde na Escola. A ideia é promover o entendimento sobre a estrutura da rede de saúde e estimular a busca por atendimento adequado.
Outra questão que contribui para a superlotação é a expectativa de atendimento imediato. Uma técnica de enfermagem do Hospital Emergencial Rocha Faria, que preferiu não ser identificada, explica que o procedimento nas clínicas da família é lento: “É agendada a consulta com o médico, que encaminha para fazer o exame e depois o paciente retorna para receber informações sobre o medicamento”, detalhou.
Diante desse cenário, pessoas com diabetes e hipertensão, por exemplo, procuram os hospitais de emergência em busca de soluções rápidas. No entanto, as necessidades desses pacientes poderiam ser melhor atendidas em uma unidade básica de saúde.
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