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Bruna Silva

Da papinha ao prato: os desafios para uma alimentação infantil nutritiva

Refeições coloridas e cheias de nutrientes são essenciais para encantar as crianças


Repórter: Bruna Silva

Editor: Eduardo Dias


Nutricionista ressalta a importância dos pais transformarem as refeições em momentos nutritivos e divertidos para as crianças - Foto: Freepik

As férias escolares estão chegando e uma questão de saúde pública  permanece em foco: a alimentação saudável das crianças. Durante esse período, elas costumam ter acesso a uma variedade de alimentos ricos em açúcares e gorduras pouco saudáveis, como biscoitos e refrigerantes. A rotina corrida dos pais e a praticidade dos alimentos ultraprocessados são desafios para a manutenção de uma dieta balanceada. 


A ausência de frutas e hortaliças da mesa das crianças pode trazer consequências negativas para o desenvolvimento infantil. Esses alimentos são fontes importantes de vitaminas, minerais e fibras, que são essenciais para o crescimento saudável das crianças. De acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2019), cerca de 27% das crianças de dois a cinco anos ainda não consomem frutas ou hortaliças. Esse índice é ainda maior entre bebês de até dois anos, chegando a 22%.


A nutricionista Giovana Diniz compartilha algumas dicas para os pais atraírem as crianças: “Os nutrientes necessários para um bom desenvolvimento infantil são os energéticos (carboidratos e  lipídeos), os construtores (proteínas) e reguladores (vitaminas e minerais). As famílias podem garantir esses nutrientes oferecendo a maior variedade de alimentos possíveis por meio de pratos coloridos e que englobam esses grupos alimentares descritos”.


Diniz explica que é importante, já nos primeiros anos de vida da criança, que os pais realizem a introdução alimentar para que os pequenos já tenham contato com a alimentação saudável: “É na infância, nos primeiros anos de vida, que embasamos os bons hábitos alimentares. Quanto mais cedo esses bons hábitos vão sendo apresentados e trabalhados, maior a probabilidade de que se tornem crianças e adolescentes mais saudáveis em termos de alimentação”.


A especialista também destaca a importância de incluir a criança nos processos relacionados à alimentação: “Criar rotinas positivas para facilitar o processo de incentivo são ótimas estratégias. Envolver a criança durante a compra de alimentos e preparação de algum item do cardápio da casa, realizar refeições em família e utilizar o lúdico”.


Rafaela Gomes, mãe de uma menina de 5 anos, enfrenta dificuldades para oferecer uma alimentação mais balanceada para a sua filha. Ela conta que, diariamente, tenta evitar que ela consuma alimentos industrializados: “Na maioria das vezes é complicado de convencer ela a experimentar novos alimentos, como frutas e vegetais. Eu tento variar no cardápio dela, porque só assim pra ela comer saudável pelo menos uma vez no dia”.


A alimentação adequada na infância não apenas influencia o crescimento físico, mas também desempenha um papel crucial no desenvolvimento cognitivo e comportamental. Diniz alerta os pais para que façam escolhas alimentares adequadas para criar um hábito alimentar mais saudável e duradouro: “Alimentos ultraprocessados podem atrapalhar a concentração, a memória e causar distúrbios neurológicos. Uma alimentação insuficiente para essa faixa etária pode acarretar uma redução do desenvolvimento cognitivo e motor”.


Oferecer uma alimentação saudável para as crianças pode ser um desafio, mas a nutricionista alerta que uma dieta saudável nessa fase da vida exerce um grande impacto na prevenção de doenças, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida: “Quanto mais cedo a criança tiver um contato com alimentos saudáveis, estaremos garantindo a prevenção de doenças e promovendo bons hábitos alimentares”.



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