“Eu não achei que por causa de algumas horas de sexo, eu iria contrair sífilis”, afirma jovem de 22 anos
Repórter: Bruna Silva
Editor: Bernardo Monteiro
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 1 milhão de brasileiros contraíram alguma infecção sexualmente transmissível nos últimos quatro anos, devido à falta de informações adequadas sobre os cuidados necessários. Esses dados destacam a importância de campanhas educativas para conter a propagação dessas doenças.
A ginecologista Sofia Ferreira fala que essas doenças demandam atenção e prevenção: "A informação é a chave para a prevenção. Compreender os riscos, sintomas e fazer exames regularmente são passos cruciais para manter a saúde sexual".
É preciso estar atento aos sinais que podem indicar uma IST. “Os sintomas mais comuns incluem coceira, úlceras genitais, corrimento, feridas e alguns pacientes apresentam dor ao urinar. Em alguns casos essas doenças podem ser assintomáticas, o que faz com que fique mais difícil ser feito o diagnóstico”, conta Sofia.
João* de 22 anos foi diagnosticado com sífilis há 2 anos, acerca da questão da desinformação sobre o tema, o jovem afirma: “Eu tinha muitas dúvidas relacionadas à sexo, por isso na época não achava que usar camisinha fosse realmente tão importante”. Além do impacto de descobrir que havia contraído sífilis, o jovem também teve que lidar com o preconceito de pessoas próximas a ele: “As pessoas pensavam que apenas por tocar em mim elas poderiam pegar a doença”.
A ginecologista destaca a importância de se falar sobre educação sexual e de informar a população sobre as ISTs para que sejam evitados casos de preconceito com quem sofre: “É essencial desestigmatizar e promover uma conversa mais aberta sobre saúde sexual. Falar sobre as formas de proteção é muito importante para que todos pratiquem sexo seguro”.
Após viver durante 2 anos com a sífilis, João* procura conscientizar outros jovens a se protegerem durante a relação sexual. Ele ainda conta que as experiências que teve ao descobrir a doença, fez com que ele entendesse a importância de quebrar esse preconceito existente: “Agora eu encaro minha jornada com uma mentalidade positiva. Eu quero passar informações para os outros sobre prevenção e conscientização. Espero quebrar todos os estigmas sobre as ISTs também”.
A especialista em saúde íntima feminina aconselha mulheres e homens a realizarem consultas regulares com um ginecologista e urologista, para que qualquer problema seja diagnosticado precocemente. A profissional alerta ainda para a importância da realização de testes regulares, especialmente em casos de mudança de parceiro na relação sexual ou exposição a riscos.
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