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  • Vitória Thomaz

Projeto do SUS oferece implante contraceptivo para adolescentes no estado do Rio

Até então, medicamento estava disponível somente para mulheres maiores de 18 anos em situação de vulnerabilidade


Repórter: Vitória Thomaz

Editor: Eduardo Dias


Secretário de Estado de Saúde, Doutor Luizinho com Ana Tereza Darrik, médica coordenadora do ‘Projeto Acolhe’ e equipe – Foto: Mauricio Bazilio.

O Projeto Acolhe disponibiliza gratuitamente o método contraceptivo Implanon para prevenir a gravidez na adolescência. O público alvo da proposta, desenvolvida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) e iniciada em agosto deste ano, são jovens e adultas entre 14 e 25 anos. É a primeira vez que o contraceptivo é ofertado para adolescentes pelo programa do Sistema Único de Saúde (SUS).


Os atendimentos são realizados no Ambulatório Médico Especializado Jornalista Susana Naspolini (AME), em Ipanema, em duas etapas. Na primeira, a paciente assiste a palestras de médicos e especialistas sobre métodos contraceptivos, gestação, exposição a situações violentas e prevenção a doenças sexualmente transmissíveis. Depois, ela é encaminhada à consulta com um ginecologista. Caso uma paciente menor de idade opte pelo Implanon, será necessária a autorização dos responsáveis.


Experiência com o Implanon


A estudante Bianca Leal, de 23 anos, conheceu o programa por meio de um vídeo do Tiktok, e alguns dias depois, procurou o projeto para receber o implante. “Eu coloquei no (Projeto) Acolhe em Ipanema, vi no TikTok e fui uns dias depois, dei sorte porque cheguei cedo e consegui colocar no mesmo dia”.


A jovem fez elogios ao atendimento e contou que pretende colocar novamente o Implanon quando terminar a validade. “A equipe era maravilhosa, a médica responsável muito atenciosa e passou uma palestra pra gente primeiro explicando sobre os métodos. Logo depois eu já preenchi a ficha e coloquei, foi super de boa. Até o momento, minha experiência com ele tá sendo muito boa, não senti nenhum efeito colateral.’


Com a ajuda de um aplicador, uma pequena cápsula de etonogestrel (medicamento contraceptivo) é implantada após a administração de anestesia local. O dispositivo dura cerca de três anos. Além do Implanon, o ambulatório também aplica o dispositivo intrauterino (DIU) em pacientes com, no mínimo, 16 anos. A aplicação do dispositivo em hospitais particulares pode custar mais de R$ 2 mil.


A ginecologista Maria Eduarda Rocha ressaltou a segurança do método. "O Implanon é o método mais efetivo da atualidade, com o menor índice de falha, incluindo outros métodos como laqueadura e vasectomia. Além disso, existem poucas contraindicações absolutas ao método, sendo, portanto, um método muito seguro.”


A médica também explicou o motivo desse tipo de implante ser indicado para meninas mais jovens. "Para pacientes adolescentes, os métodos LARCS (contraceptivos reversíveis de longa duração) são os mais indicados por serem muito efetivos e não dependerem da lembrança diária, como as pílulas anticoncepcionais."


Gravidez precoce ainda é frequente no país


Para Unicef, 14% das entrevistadas apontaram gravidez como motivo para abandono escolar. Foto: Manuel Alejandro Leon / Pixabay

Uma pesquisa promovida pelo Unicef (o Fundo das Nações Unidas para a Infância) revelou que 2 milhões de adolescentes abandonaram a escola no Brasil, em 2022. Desse total, 14% apontaram a gravidez como um motivo.


A ginecologista Maria Eduarda Rocha ressaltou a importância da educação sexual e de políticas públicas de prevenção à maternidade precoce. "A gravidez não planejada na adolescência impossibilita que aquela mulher possa concluir sua educação, prejudicando seu ingresso no mercado de trabalho. Dentre as causas para esse problema de saúde pública, podemos citar a falta de acesso à educação sexual em ambientes escolares e em casa, além de políticas públicas direcionadas à prevenção da gestação na adolescência e educação em saúde."


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