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Praia do Flamengo tem redução de 92% na poluição e qualidade da água surpreende frequentadores

Atualizado: 3 de out. de 2023

Oficialmente liberada para o banho, a praia pode perder o apelido de ‘Brejo Beach’


Repórter: Juliana Nascimento

Editor: Larissa Mafra


Praia do Flamengo, 22 de setembro (último dia de inverno). Foto: Juliana Nascimento.

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) mantém a população do litoral fluminense informada com boletins semanais que revelam quais praias estão aptas ou não para o banho. Nos últimos três meses, a Praia do Flamengo, também conhecida pelo apelido de “brejão” ou “brejo beach”, tem surpreendido a todos ao ser classificada como própria para mergulho. Com a redução de 92% na poluição, frequentadores já sentem a diferença.

Paulo Henrique sempre pesca na Praia do Flamengo. Foto: Juliana Nascimento.

Paulo Henrique, um aposentado de 67 anos, que tem o hábito de chegar cedo para pescar na Praia do Flamengo, percebeu a melhoria na qualidade da água: “Estou aqui às 6h todos os dias e gosto de começar com um mergulho. Mesmo quando a água não estava boa, eu mergulhava, mas agora está muito melhor para pescar e curtir uma praia assim, limpa”, conta o pescador.


A concessionária Águas do Rio, que assumiu a gestão dos serviços de água e esgoto do Rio de Janeiro em 2021, tem como uma de suas atribuições a recuperação ambiental da Baía de Guanabara. Com a construção de uma elevatória de esgoto na Praça do Índio, localizada no bairro do Flamengo, e a realização da obra de desvio do Rio Carioca, mais de 20 milhões de litros de água contaminada deixam de ser despejados diretamente na Praia do Flamengo.


Mesmo para os recém-chegados ao bairro, como Roberta Andrade, de 35 anos, as mudanças positivas são visíveis: “Eu morava na Barra da Tijuca e me mudei para o Flamengo há pouco mais de um mês. Não sei como estava a água antes, mas na maioria das vezes que venho aqui e a água está limpa, é muito agradável. A Praia do Flamengo me parece tranquila, com menos ondas”, avalia a designer.

Roberta começou a frequentar a Praia do Flamengo recentemente. Foto: Juliana Nascimento.

Índice de balneabilidade


O índice de balneabilidade, utilizado pelo Inea para avaliar as condições de banho nas praias, é determinado com base em amostras de água coletadas e é expresso em NMP/100ml, que representa o número mais provável de bactérias por cada 100ml de água.


O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estabelece um limite de 1000 NMP/100ml para considerar uma praia própria para banho. Em 2018, a Praia do Flamengo registrava quase o triplo desse limite, sendo classificada como imprópria. No entanto, desde o dia 22 de junho de 2023, o primeiro boletim favorável de balneabilidade foi divulgado e tem se repetido na maioria das semanas entre julho e setembro, indicando uma melhora significativa na qualidade da água.

Síves frequenta a Praia do Flamengo desde criança. Foto: Juliana Nascimento.

Síves Medeiros, com 36 anos, trabalha na área de turismo e frequenta a Praia do Flamengo desde antes de nascer: “Minha mãe já frequentava essa praia quando estava grávida de mim, e quando eu era criança, não me importava se a água estava limpa ou não”, recorda o morador de Santa Teresa. “Espero que a qualidade da água continue boa até o verão”, completa.


É importante lembrar que a Praia do Flamengo e outras praias cariocas podem ser consideradas como impróprias para o banho em determinados períodos do ano, especialmente durante o tempo seco. O Inea faz um alerta para evitar o banho de mar nas primeiras horas após a ocorrência de chuvas e em locais próximos a galerias de águas pluviais ou canais de drenagem. Mais informações sobre a balneabilidade estão disponíveis no site do Inea.



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