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Passageiras da Baixada Fluminense ganham ônibus exclusivo para mulheres

Iniciativa faz parte da campanha “Não dê carona ao assédio”


Repórter: Juliana Nascimento

Editor: Larissa Mafra


Chegada do ônibus rosa ao Terminal Rodoviário Américo Fontenelle às 16h. Foto: Juliana Nascimento.

No início de setembro, um ônibus cor de rosa, com embarque exclusivo para mulheres, passou a fazer parte da rotina das passageiras que viajam da Baixada para o Centro do Rio de Janeiro. A iniciativa faz parte da campanha "Não dê carona ao assédio", que tem como objetivo prevenir casos de importunação sexual contra mulheres no transporte rodoviário.


Conceição de Matos, de 53 anos, afirma que se sente mais segura quando consegue pegar o ônibus rosa: “Quando chego aqui nesse horário (16h), é um alívio, mas tem vezes que chego mais tarde e aí não dá para esperar até o próximo. Tinha que ter mais ônibus desse”, diz a passageira.


O transporte faz parte da linha 490B, operada pela empresa Tinguá. Os primeiros embarques ocorrem em Miguel Couto às 5h e às 8h. Na Central do Rio, as opções são às 16h e às 19h30. Há planos de expansão do projeto para outras empresas e rotas em breve.


Na Central, por volta de 15h30, a fila para o embarque do veículo se divide entre as pessoas que desejam pegar o ônibus convencional da linha 490B e as mulheres que preferem viajar no ônibus exclusivo para elas. A presença de uma mulher dirigindo o ônibus gera uma maior sensação de segurança entre as passageiras. Elizethe, de 49 anos, que viaja diariamente no coletivo até Miguel Couto, garante que nenhum homem entra: “Já que o ônibus é para as mulheres, tem que ser uma motorista mulher. Se fosse um homem dirigindo, outros homens tentariam entrar”, afirma.


Edicléia Delgado, motorista do ônibus rosa. Foto: Juliana Nascimento.

Edicléia Delgado, de 54 anos, trabalha na empresa Tinguá há pouco mais de um ano e é motorista do ônibus rosa desde o início do projeto. Segundo ela, a iniciativa tem funcionado bem: “Mesmo quando os homens entram por engano, as mulheres pedem que eles desçam, e eles descem sem problemas, pedindo desculpas”, diz Edicléia com um sorriso no rosto e acrescenta: “Estou gostando”.


Campanha “Não dê carona ao assédio”


Lançada em 29 de junho pelo Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro (Detro-RJ), em parceria com a Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram) e a Secretaria da Mulher, a campanha "Não dê carona ao assédio" vai além do ônibus cor de rosa. Ela promete ações contínuas de enfrentamento a violência sexual contra mulheres no transporte rodoviário intermunicipal.


Já foram realizadas ações de conscientização, com equipes do Detro distribuindo panfletos informativos no Terminal Rodoviário Américo Fontenelle, além de orientações sobre a importância do aplicativo “Rede Mulher”, que cria um canal direto entre vítimas de violência e a Polícia Militar.


A Secretaria da Mulher, responsável pela capacitação dos fiscais do Detro, está elaborando um protocolo de apoio às vítimas com base nos relatos recebidos na recém-criada Ouvidoria da Mulher do Detro-RJ, que atende diariamente pelo número (21) 3883-4141, das 9h às 17h, ou pelo site do Detro.

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