Iniciativa completa sete anos no bairro do Cosme Velho
Repórter: Juliana Nascimento
Editor: Bernardo Monteiro
O Muro da Gentileza faz parte do cenário de quem passa na calçada do Colégio São Vicente de Paulo, localizado no Cosme Velho. O colégio inaugurou o muro há sete anos, com o objetivo de incentivar o desapego através de doações, principalmente de roupas, sapatos, livros e brinquedos.
Todos podem deixar suas doações nos ganchos e nichos fixados no muro, e para quem precisar, é só chegar e pegar.
Kalinca Milezi, de 35 anos, desce os 284 degraus de uma escadaria da zona Sul do Rio de Janeiro, que liga a rua de entrada da comunidade do Coroado, em Santa Teresa, ao bairro do Cosme Velho. A rua que faz essa conexão é a Marechal Pires Ferreira, no final dela, antes de atravessar o sinal, Kalinca já consegue ver o Muro da Gentileza: “Meu filho estuda aqui perto e sempre dou uma olhadinha no muro para ver se chegou alguma novidade. Tem muitas coisas boas, já peguei roupas e um livro infantil”, conta a dona de casa, e ainda acrescenta: “Tinha que ter mais muros assim”
O Muro da Gentileza
A ideia que inspirou professores e alunos do Colégio São Vicente de Paulo surgiu na cidade de Mashhad, norte do Irã. As pessoas começaram a deixar pendurados nos muros, casacos, sapatos e outras roupas de inverno, para ajudar os desabrigados e as famílias mais pobres.
Segundo Renata Salomone, professora de sociologia e uma das idealizadoras do projeto, a proposta é que o Muro da Gentileza ultrapasse as fronteiras da escola: "É importante que nossos alunos se envolvam em ações que possam impactar a população"
Outros Muros da Gentileza espalham a iniciativa dos iranianos ao redor do mundo, e no Rio de Janeiro, além do muro do Colégio São Vicente de Paulo, que continua ativo, outros bairros seguem o bom exemplo.
Em Botafogo os moradores criaram um ponto de doação de roupas na Praça Compositor Mauro Duarte. O muro do restaurante universitário da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), em Campos, também se inspirou no Muro da Gentileza, e recebeu um grafite para estimular a cultura da troca, doação, reciclagem e solidariedade.
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