Mais de 100 mil tricolores se reuniram no Centro do Rio para comemorar a conquista da Libertadores
Repórter: Diego Figueiredo
Editor: Eduardo Dias
No último domingo (12) e no meio de uma multidão, Anita Melo experimentou sentimentos conflitantes: “Eu senti tantas coisas durante aquela final. Era medo antes do jogo, esperança, felicidade extrema, ódio do juiz, e muitas outras coisas que nem lembro mais, mas no fim deu tudo certo. Vencemos. Foi o dia mais intenso da minha vida.”
Ela afirma que passou mal depois do empate do Boca Juniors. “Depois do gol daquele cara, eu senti minha pressão cair, achei que era o fim do sonho. Graças a Deus existe John Kennedy na minha vida.”
Neste dia, o centro do Rio de Janeiro era todo verde, branco e grená. A torcida do Fluminense lotou as ruas para comemorar o título inédito da Copa Libertadores da América. A concentração dos torcedores começou às 7h da manhã na praça XV, porém a festa iniciou às 9h. De acordo com a estimativa da Polícia Militar, mais de 100 mil pessoas compareceram ao evento.
Nas redes sociais, torcedores reclamaram do horário de início da concentração, às 7h, devido à dificuldade de estar no centro do Rio nesse horário. A festa se estendeu durante toda a manhã e as pessoas começaram a se dispersar por volta das 12h30.
Mas teve quem acabou perdendo a comemoração. Quando a concentração estava se encerrando, chegou um jovem sem camisa e com o rosto pintado com as cores do Fluminense. Luiz Philipe, de 19 anos, perdeu a hora por causa de uma festa no dia anterior. Mesmo assim, decidiu não perder a viagem: “Achei que o evento ia até à tarde, acordei atrasado. Cheguei em casa muito tarde ontem e não consegui acordar pra estar aqui às 7h. Vim de Engenheiro Pedreira, daqui vou pra praia, sei lá. Pra casa não volto.”
O evento contou com trio elétrico, no qual estavam os jogadores do Fluminense e o técnico, Fernando Diniz. O trio saiu às 9h da esquina da Rua Primeiro de Março com a Rua Buenos Aires e fez um trajeto de 1 km até a Avenida Presidente Antônio Carlos, próximo ao prédio do TRT/RJ. Para festejar mais perto dos jogadores, os torcedores subiram nas árvores e se penduraram nos prédios.
Fluminense, diferente da polícia militar, estima que houveram mais de 200 mil torcedores - Reprodução: Divulgação/Fluminense
A torcida tricolor gritava aliviada por causa do seu primeiro título internacional, que pôs fim às gozações de rivais sobre o clube nunca ter conquistado competições continentais. Outra provocação que os tricolores rejeitaram é que os torcedores não sabiam fazer festa por causa da proibição da Polícia Militar de ter concentrações de torcedores ao redor do Maracanã no momento em que acabou o jogo.
Ivan Pereira, de 19 anos, responde os rivais sobre “parar o Rio de Janeiro". “E aí? Não estavam sentindo falta? O Rio de Janeiro é tricolor, ninguém faz uma festa como a nossa. O centro do Rio é tudo nosso, já que não deu certo secar volta a torcer pro teu time que tá quase caindo.”
Após a conquista da Libertadores, o Fluminense garante vaga para disputar o Mundial de clubes pela primeira vez na história, assim como o seu principal adversário na competição, o Manchester City de Pep Guardiola.
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