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  • Diego Figueiredo

Flamenguistas ainda são alvos de ofensas racistas

Torcedores dos clubes cariocas discutem a retirada da palavra “Mulambo” dos cantos


Repórter: Diego Figueiredo

Editor: Eduardo Dias


Torcedores do Flamengo protestam contra racismo da torcida gremista em 2014 - Foto: Gazeta Press

Recentemente, houve uma mobilização entre as torcidas dos clubes do Rio de Janeiro para extinguir a palavra “Mulambo” para se referirem aos torcedores do Flamengo. Na comemoração do título da Libertadores do Fluminense, a música “Desde pequeno eu te sigo” foi cantada e muito criticada nas redes sociais por torcedores de todos os clubes cariocas, inclusive do tricolor.


Rogério Alves, de 43 anos e integrante da torcida organizada JovemFla, explica o motivo da mobilização: “A palavra mulambo era utilizada num contexto racista dos senhores de engenho para se referir aos seus escravos de forma pejorativa como alguém sujo. É inadmissível ouvir de outras torcidas este termo nas arquibancadas para se tratar dos torcedores do Flamengo em 2023.”


Neste ano, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) definiu as punições para cantos racistas em competições nacionais. O clube pode perder pontos no Campeonato Brasileiro ou ser eliminado da Copa do Brasil. Caso o indivíduo seja identificado, ele pode ser condenado de 2 a 5 anos de prisão.  


Juan Gonçalves, de 23 anos e frequentador da Torcida Jovem do Vasco, afirma que a torcida organizada combate os torcedores que ainda reproduzem discurso racista. “Na “Jovem” a gente tem trabalhado muito com isso, eu já chamei os flamenguistas desse jeito, acredito que muita gente também. Mas não tem mais espaço para esse tipo de discurso de ódio no futebol, principalmente no Vasco. Nos orgulhamos tanto da nossa história de ser o clube das camisas negras, o clube pioneiro para os jogadores pretos e nós temos essa responsabilidade de começar a mudança de comportamento por aqui.”


A torcida Jovem do Vasco criou um movimento para mudar músicas que também utilizava o termo Mulambo - Foto: Divulgação/Vasco

Além do combate aos racistas, existe o movimento para que mulheres e a comunidade LGBT possam frequentar o estádio de forma segura e sem ter seus direitos violados por cantos machistas e atribuições homofóbicas a determinados times e torcidas.


Guilherme Amorim, flamenguista da torcida organizada Nação 12, policia os próprios torcedores do Flamengo sobre comportamentos homofóbicos. “A gente tem que se atentar para essa questão também. O Flamengo, hoje, é alvo de um cântico racista. Porém, a torcida, em seu geral, diminui o Fluminense atribuindo sua imagem a um clube de pessoas gays e já passou da hora de isso acabar, nunca foi legal e só distancia o público LGBTQIA+ dos estádios.”


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