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  • Ana Julia Silveira

Feira de antiguidades se transforma em paraíso para a geração Z

Divulgação no TikTok atrai novo público para Praça XV


Repórter: Ana Julia Silveira

Editor: Eduardo Dias


Feira de antiguidades da Praça XV. Foto: Carlos Henrique Cavalcante

O novo destaque da Feira de Antiguidades da Praça XV são os brechós, que têm atraído um público mais jovem. A geração Z, nascida entre 1995 e 2009, passou a frequentar mais o local, popularmente conhecido como shopping-chão. Um dos fatores responsáveis por esse fenômeno é a influência do TikTok. Dados recentes da plataforma mostram que 42% de seus usuários têm entre 18 e 24 anos.


Além disso, dados da McKinsey & Company, uma empresa de consultoria empresarial, apontam que eles agora representam 40% dos frequentadores que compram em brechós. A popularidade do TikTok junto a essa parcela da população, aliada ao interesse por este tipo de comércio, resulta em altos números de visualizações das hashtags relacionadas à feira na rede social: #praçaxv (4.7 milhões), #feiradeantiguidade (4.4 milhões) e #praçaxvdenovembro (1.4 milhão).


As irmãs Maria Eduarda de Moraes, de 18 anos, e Ana Beatriz de Moraes, de 21 anos, fazem parte deste novo público que foi atraído ao shopping-chão graças à influência do TikTok. Maria Eduarda estava fazendo sua primeira visita ao local e estava interessada nos itens de brechó, enquanto sua irmã, que já havia frequentado a feira algumas vezes, geralmente buscava roupas e os itens de fotografia disponíveis.

Brechós da feira de antiguidades. Foto: Carlos Henrique Cavalcante

Brechós e o trabalho informal


O aumento de brechós e barracas de artesanato chamou a atenção dos frequentadores e comerciantes do local. Carlos Venturelli, cliente antigo do shopping-chão, expressou preocupações sobre o aumento da informalidade nos negócios, citando o exemplo de sua sobrinha, que deixou um emprego com carteira assinada para abrir um brechó.


De acordo com o Boletim Econômico, o número de pessoas em situação de trabalho informal no Rio de Janeiro é de 1,1 milhão no segundo trimestre de 2023, valor igual ao do mesmo período do ano anterior. Elpidio Barreto, um expositor experiente, afirma que, apesar do aumento do fluxo de pessoas, isso não significa um aumento nas vendas, especialmente na área de antiguidades. Ele reforça que alguns comerciantes mais tradicionais são contra a quantidade de brechós que existem hoje em dia: "Tem um pessoal mais tradicional aqui que é contra esse número de brechós, mas é isso que mantém a feira".


“O jovem está descobrindo o centro do Rio”


Raphael Barbeito de Vasconcellos Filho, coordenador do shopping-chão há mais de 40 anos, destaca que ele continua a ser um importante patrimônio cultural do Rio de Janeiro, semelhante a outras feiras de antiguidades em todo o mundo: "Ela é uma feira mundialmente famosa, está para o Brasil assim como o Mercado das Pulgas está para a França, a Feira da Ladra está para Portugal e a de San Telmo está para a Argentina. Todo país tem um local tradicional de antiguidades, essa é a do nosso país".


Barbeito também ressaltou a diversidade do lugar, que atua como uma "reciclagem de cultura" e atrai pessoas de todas as idades, mas reconhece que nos últimos anos mais jovens têm frequentado o espaço. Para ele, "o jovem está descobrindo o centro do Rio".

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