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Diego Figueiredo

Estados Unidos perde o protagonismo na NBA

Inventor do esporte, os EUA não tem mais os melhores jogadores do mundo


Repórter: Diego Figueiredo

Editor: Miguel de Paula


Legenda: Em toda a história da NBA apenas seis jogadores europeus venceram o prêmio de MVP, três desses foram nos últimos cinco anos - Foto: Getty Images

O Estados Unidos, precursor do esporte, tem perdido cada vez mais protagonismo individual no campeonato local. Na NBA, maior liga de basquete do mundo, os principais atletas são estrangeiros. A ESPN fez uma lista dos 100 melhores jogadores para a temporada de 2023/24 e os quatro primeiros da lista são nascidos fora do continente americano. Confira:

1. Giannis Antetokounmpo 2. Nikola Jokic

3. Luka Doncic 4. Joel Embiid

5. Stephen Curry


Eneas Lima, jornalista e criador do portal Garrafão Rubro Negro diz que o processo de globalização da NBA não é uma novidade. “Com a formação do Dream Team em Barcelona, a NBA iniciou o seu projeto de globalização, levando a cultura do basquete e a maneira americana de praticar. Isso inspirou o restante do mundo a produzir grandes jogadores que fariam história nos Estados Unidos, como Dirk Nowitzki e Steve Nash nos anos 2000.”


Com o projeto “Global Games” que, toda temporada, organiza jogos para outros países, a ascensão das estrelas não americanas no campeonato tornou-se um fenômeno recorrente. A NBA é uma liga global e tem seus principais rostos sendo estrangeiros, aos exemplos Luka Doncic e Giannis Antetokounmpo que, segundo a divulgação da própria associação, estão entre as cinco camisas mais vendidas de toda a competição atual.


Eneas acredita que os grandes jogadores da NBA dificultam a vida dos EUA nas Olimpíadas e nos mundiais. “Enfrentar um Luka Doncic, hoje, pela Eslovênia é com certeza um desafio. A Sérvia tem uma escola de basquete incrível e uma seleção forte. Imagina somar isso ao melhor jogador de basquete do planeta, Nikola Jokic.”


Os Estados Unidos não tem mais os melhores jogadores do mundo à sua disposição e isso, por conseguinte, cria uma dificuldade maior em montar equipes que sejam superiores em comparação a outras seleções. O retrato das últimas competições internacionais confirma esses percalços da seleção estadunidense em ter uma predominância no basquete mundial.


Global Games


O primeiro jogo internacional da NBA foi em 1984 quando New Jersey Nets (atual Brooklyn Nets) e Phoenix Suns viajaram até Milão para um jogo de pré temporada. No mesmo ano, Suns e Utah Jazz estrearam na liga com um jogo que foi sediado em Tóquio, no Japão.


Atualmente, o país que mais recebeu jogos, segundo a própria NBA, foi o México com 32 jogos contabilizando pré temporada e temporada regular. Em segundo e terceiro lugar estão China e Japão com 25 e 16 jogos, respectivamente. O México tem uma relação mais próxima com a entidade. O comissário da liga e organizador do torneio, Adam Silver, afirmou que, em 2024, a organização irá começar a pensar no projeto de expansão das franquias que vão jogar a melhor liga de basquete do mundo. Além disso, existem informações de que duas dessas três cidades podem receber o direito de construir uma franquia na Associação. Seattle, que no passado era local da equipe dos “Supersonics”, Las Vegas e Cidade do México.


O projeto do Global Games tinha sido encerrado em 2020 em razão da pandemia e só foi retomado na temporada 22/23. Até hoje foram apenas seis jogos de exibição (pré-temporada) sendo quatro nos Emirados Árabes e dois no Japão. As partidas que contavam para a competição foram realizadas em Paris e na Cidade do México.


Para a temporada 23/24 já foram confirmados, segundo o calendário da NBA, os dois jogos que serão realizados fora do Estados Unidos: 09/11/23 - Orlando Magic x Atlanta Hawks Local: Cidade do México, México


11/01/24 - Brooklyn Nets x Cleveland Cavaliers

Local: Paris, França


Desde a pausa nos Global Games em 2020, só houveram jogos de temporada regular no México e na França - Foto: Getty Images

Estrangeiros e o sucesso individual e coletivo


Nos últimos cinco anos, o domínio europeu ficou evidente na NBA. Nesse recorte temporal, os eleitos “MVP” pertencem a nações fora do continente americano. Ademais, em quatro desses cinco anos os jogadores que conquistaram este troféu foram de nacionalidade europeia. Os destaques são Giannis Antetokounmpo (Grécia) e Nikola Jokic (Sérvia) que venceram o prêmio duas vezes.


Gustavo Lata, de 22 anos e torcedor do Dallas Mavericks, relata que não enxerga o domínio europeu acabando no futuro. “Embiid, Giannis e Jokic estão no auge atualmente e é normal que eles dominem a liga e estejam na briga pelo MVP. O problema mesmo está nos próximos anos. Luka Doncic e Victor Wembenyama são os jogadores com mais potencial para serem os melhores do mundo futuramente e eles têm, pelo menos, 15 anos de carreira pela frente.”


Victor Wembenyama foi “draftado” na primeira posição do NBA Draft 2023 e considerado por muitos o melhor prospecto da história - Foto: Divulgação/NBA

Além do sucesso individual, as estrelas não americanas da liga conseguiram transformar o desempenho individual em títulos coletivos. Jokic venceu a NBA na temporada 22/23 e liderou o Denver Nuggets na conquista do primeiro título da história do time de Colorado. Giannis, por sua vez, foi o principal jogador a ajudar o Milwaukee Bucks a sair de uma seca de 50 anos sem vencer um título da NBA na temporada de 20/21.







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