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  • Estefani Andrade

Epidemia silenciosa: crescem os casos de depressão e ansiedade pelo mundo

Dados alarmantes da OMS indicam urgência no cuidado com a saúde mental


Repórter: Estefani Andrade

Edição: Larissa Mafra


A ansiedade e a depressão está entre os dois transtornos mentais que mais aumentaram durante a pandemia - Foto: Freepik.com

Sentimentos como ansiedade, insônia, preocupação, desânimo e tristeza são experiências comuns compartilhadas por todos os seres humanos. No entanto, quando essas emoções ultrapassam os limites e começam a interferir na vida cotidiana, pode ser um sinal de que a saúde mental está necessitando de apoio. A depressão tem sido um dos transtornos mentais mais impactantes na vida das pessoas. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), estima-se que mais de 300 milhões de indivíduos convivam com essa condição.


Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) também revelam que o Brasil possui uma das maiores taxas de ansiedade na América Latina, com cerca de 9,3% da população sofrendo com esse transtorno. Além disso, o relatório global de saúde mental da OMS em 2022, destacou os impactos da pandemia de Covid-19, que resultaram em um aumento de 25% nos casos de ansiedade e depressão em todo o mundo.


Esses números chamam a atenção para a importância de discutir essas duas condições que afetam significativamente a população brasileira. A psicóloga Alessandra Munsur, especialista no assunto, explica que o transtorno de ansiedade é uma doença psíquica caracterizada pela preocupação excessiva e constante de que algo ruim pode acontecer.


Munsur ressalta que diversas causas podem desencadear o transtorno de ansiedade, como fatores genéticos, situações de estresse e experiências traumáticas. "Os sintomas da ansiedade, que podem variar de pessoa para pessoa, incluem o medo constante, além de dificuldades para dormir, tremores, enjoos, vômitos, diarréias e palpitações", esclarece a psicóloga.


Por outro lado, o transtorno de depressão é uma doença psíquica que afeta o estado emocional da pessoa, manifestando-se através de sintomas como tristeza intensa, falta de apetite, baixa autoestima e desânimo. Alessandra enfatiza que as causas da doença podem estar vinculadas à história de vida de cada indivíduo, bem como as predisposições hereditárias que envolvem alterações químicas do cérebro.


Segundo a psicóloga, a maior incidência de casos de ansiedade e depressão ocorre no público feminino. Ela argumenta que a dupla jornada de trabalho, responsabilidades da maternidade, mudanças hormonais e as particularidades do sistema neurológico estão entre os motivos para essa tendência.


Stephanie Viana, psicóloga que atua em uma unidade básica de saúde do Rio de Janeiro, observa que a faixa etária que compreende a adolescência e o início da vida adulta tem registrado um aumento nos episódios de transtornos relacionados à depressão e ansiedade, também comum entre os idosos.


A recomendação para prevenir o desenvolvimento de doenças como a ansiedade e a depressão é buscar tratamento e, acima de tudo, cuidar da saúde mental. Viana destaca que é fundamental procurar ajuda quando a pessoa percebe que não é mais capaz de manter sua rotina normal, como ir ao trabalho ou à escola, por exemplo. "Cuidar da nossa saúde mental significa cuidar do nosso corpo e da nossa funcionalidade, sendo capaz de enfrentar os desafios e os obstáculos do dia a dia."

O dia 10 de outubro é voltado para a conscientização sobre a importância de cuidar da saúde mental - Foto: Maria Lima

A especialista também recomenda a prática regular de atividades físicas e o fortalecimento de relações sociais, como passar o tempo com amigos e familiares, assistir a filmes, ouvir música e dançar. Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento psicológico em unidades básicas de saúde, com profissionais capacitados para acolher e auxiliar pacientes com necessidades nessa área. "Praticamente todas as clínicas da família da cidade do Rio de Janeiro contam com o suporte do psicólogo. Nas unidades que não possuem, as próprias equipes da clínica realizam a avaliação e, se necessário, encaminham para outra rede de atendimento", explica.


Outra alternativa, além do SUS, são projetos de universidades que disponibilizam atendimento psicológico gratuito, como o Serviço de Psicologia Aplicada da UERJ (SPA). Esses serviços incluem acolhimento psicológico remoto e terapia presencial. As inscrições são abertas mensalmente para moradores do município do Rio de Janeiro, através de um formulário online. Menores de 18 anos precisam ter a inscrição realizada por um responsável legal. Para mais informações, acesse o site do Instituto de Psicologia da UERJ.

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