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  • Tiago Mendes

Dia de São Cosme e Damião é sinônimo de alegria para as crianças

Data é comemorada por fiéis de variadas religiões


Repórter: Tiago Mendes

Editor: Eduardo Dias


Crianças com doces de São Cosme e Damião Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Carregado de tradições culturais, religiosas ou familiares, o dia de São Cosme e São Damião é uma data importante para a cultura brasileira. A característica mais marcante do culto dos santos, praticado tanto por fiéis católicos quanto pelos devotos das religiões de matrizes africanas, é a distribuição de doces para as crianças.


Breno Vidal, estudante de Educação Física na UFRJ, diz que o objetivo essencial das celebrações é trazer alegria para os pequeninos e foi desse modo que a data ganhou sua importância no calendário brasileiro. Ele diz ainda que ajudar pessoas é o que torna o dia especial: “Me sinto feliz e realizado em poder fazer a alegria das crianças. Gosto muito de ajudar outras pessoas e ver a felicidade no rosto delas, principalmente dos mais novos, portanto é um dia muito significativo pra mim.”


Origens da tradição

O dia é celebrado tanto pela Igreja Católica, quanto pelo Candomblé, Umbanda e outras religiões de matrizes africanas, embora as origens sejam diferentes. Para o catolicismo, que celebra no dia 26 de setembro, Cosme e Damião foram irmãos que viveram por volta de 300 d.C. Os gêmeos eram médicos e por curarem enquanto pregavam o cristianismo, foram perseguidos e presos por ordens do imperador Diocleciano, acusados de feitiçaria. Devido ao fervor religioso, os irmãos são considerados padroeiros dos médicos e das crianças.


Nas religiões de matrizes africanas, a celebração ocorre no dia 27 de setembro, e a sua origem remonta aos tempos da escravidão no Brasil. Os negros escravizados foram proibidos de exercerem seus rituais religiosos. Para poderem praticar sua fé sem serem perseguidos, eles associaram suas divindades e outras entidades importantes aos santos católicos. Foi o que aconteceu com os Ibejis, orixás inocentes como crianças que ajudam a curar enfermos e levam alegria por onde passam. Eles foram equiparados a Cosme e Damião, o que permitiu a manutenção do seu culto.


A tradição de doar maria-mole, balas, doce de abóbora cristalizado, suspiro, bananada, entre outros, vem, portanto, das religiões de matriz africana, como oferenda aos orixás. Por conta da equiparação dos santos católicos aos orixás, e a proximidade das datas, os fiéis católicos, que até então não tinham essa tradição de ofertar doces, adotaram esse hábito. Os motivos das doações variam desde o cumprimento de promessas até pedidos de proteção.


Saquinho de doces de São Cosme e Damião Foto: Hypeness

Para Marcos Lázaro, técnico em segurança do trabalho, a doação relembra sua infância: “Ao distribuir os doces eu volto no meu tempo de criança. Ver as crianças aceitando os doces e correndo atrás pelas ruas dos bairros é muito motivador. Eu, mesmo nos meus 47 anos, sempre pego um saquinho de doce quando vejo alguém distribuindo.”


O motivo para a doação de doces varia de indivíduo para indivíduo. Para Breno, por exemplo, é um costume familiar: “O motivo de eu entregar doces no dia de São Cosme de Damião é seguir uma tradição de família, onde minha vó entrega doces a muito tempo nesta data, e eu sempre ajudei ela.” Já para Beatriz Soares, também estudante de educação física na UFRJ, foi o cumprimento de uma promessa: “Sempre peguei doces, mas doar foi a primeira vez. Eu fiz uma promessa que se passasse no vestibular eu doaria e assim fiz. A experiência foi gratificante, foi muito bom ver as crianças felizes e preservando essa cultura.”


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