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Dia das Bruxas: ciência explica paixão por filmes de terror

Pesquisa dinamarquesa aponta “medo recreativo”, fenômeno que une prazer e medo, como motivo da busca por sensações intensas no cinema


Repórter: Vitória Thomaz

Editor: Gabriel Amaro


Personagem Ghostface, do filme “Pânico 6” - Foto: Divulgação/Paramount/Spyglass Media

Durante o Halloween, ou Dia das Bruxas, no dia 31 de outubro, uma das formas de comemorar a data é assistindo a filmes de terror. A Universidade de Aarhus, na Dinamarca, através do Recreational Fear Lab, investiga os motivos que levam as pessoas a se interessarem por atividades assustadoras, como visitas a casas mal assombradas. A pesquisa sugere que o chamado “medo recreativo”, uma espécie de prazer derivado da exposição controlada ao medo — seja através de filmes, atrações temáticas ou esportes radicais —, pode ser uma explicação possível para o gosto de parte da população pelo cinema de horror.


Em março, o sexto filme da franquia Pânico foi lançado no Brasil. A produção atraiu cerca de 618 mil pessoas aos cinemas e liderou as bilheterias nacionais. O psicólogo e professor universitário Patrício Lauro diz que muitos espectadores buscam filmes de terror devido a uma série de fatores psicológicos: “O medo é uma emoção natural e, quando experimentado em um ambiente seguro, como a tela do cinema, pode ser emocionante. Além disso, o suspense e a adrenalina gerados pelos filmes de terror podem proporcionar uma sensação de excitação”.


Segundo o especialista, consumir esse tipo de conteúdo pode ter benefícios psicológicos, como a liberação de emoções reprimidas de forma segura. “Catarse emocional: assistir a um filme de terror pode permitir que as pessoas liberem emoções reprimidas ou ansiedades de forma controlada e segura. Isso pode ajudar a aliviar a tensão emocional" explica o psicólogo.


No entanto, ele destaca a importância de considerar a individualidade de cada espectador e alerta para possíveis efeitos adversos: “Algumas pessoas podem experimentar ansiedade aumentada ou pesadelos como resultado, e essas reações negativas podem superar os benefícios potenciais”.


O amor pelo terror

Arthur Vidal na pré-estreia de “Pânico 6”, em São Paulo - Foto: Acervo pessoal

Arthur Vidal, estudante de teatro de 19 anos de Jundiaí, São Paulo, é um grande fã do gênero. Ele iniciou sua paixão em 2014 com a franquia A Hora do Pesadelo. O jovem elogia a criatividade do cinema de terror e diz que gosta da sensação de tensão: “Gosto de como é um gênero ousado e criativo, muitas vezes fugindo da realidade e criando histórias muito interessantes. Também gosto de me sentir tenso com cenas de suspense e perseguições”.


Ele acredita que a adrenalina é a razão do público gostar tanto desses filmes. “Acho que é por adrenalina, gostamos de sentir sensações mais intensas, mesmo não estando em perigo," diz Arthur. O estudante possui uma vasta coleção de filmes de terror. Ele conta ter enfrentado críticas devido ao seu gosto cinematográfico, especialmente por parte de membros religiosos de sua família, que por vezes o julgaram por sua paixão pelo gênero.


Coleção de filmes de Arthur Vidal; a maioria é do gênero terror, sua paixão - Foto: Arthur Vidal

Arthur participa do QG Scream — um portal dedicado a informações e curiosidades sobre a franquia Pânico —, que atualmente reúne mais de 13 mil seguidores no X, antigo Twitter, e três mil no Instagram. Arthur destaca um convite especial que recebeu devido à sua atuação na página. “Minha experiência favorita como fã de terror foi ter sido convidado pela Paramount Pictures para participar da pré-estreia exclusiva de ‘Pânico 6’. Foi incrível ver a página que participo sendo reconhecida, o evento foi excelente, cheio de fãs de terror e o filme foi sensacional,” conta o jovem.





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