A máquina fotográfica tem sido cobiçada por apresentar um visual autêntico.
Repórter: Hiago Soares
Editor: Eduardo Dias
Quem diria que fotos de baixa qualidade fariam sucesso em pleno 2023? Pois elas se tornaram uma das últimas modas adotadas pela juventude carioca. O estilo vintage e a baixa resolução das imagens registradas pela câmera digital Cybershot ganharam destaque nas redes sociais e voltaram a ser uma tendência nas principais plataformas.
Para muitos adolescentes, a sensação de fotografar com câmera física também está atrelada a sentimentos de nostalgia, principalmente aos que cresceram durante o auge dos aparelhos descartáveis e analógicos. De acordo com o professor de fotografia Diego Assunção, esse ressurgimento é o resultado de uma mistura de temporalidades no presente, em que smartphones e acelerações tecnológicas coexistem com tecnologias mais antigas. Ele afirma que o fenômeno não é exclusivo do momento atual, pois tecnologias antiquadas frequentemente despertam interesse e são usadas com novos propósitos ao longo do tempo.
Assunção ressalta que o crescente interesse por câmeras separadas dos smartphones pode ser também uma reação ao cansaço do compartilhamento imediato, das edições e da aceleração oferecidos por esses dispositivos. “Ainda existem as particularidades materiais da câmera: a lente, a abertura, o zoom, o controle, os ruídos. É como manusear um outro objeto, sentir o peso, olhar através do visor”, afirma.
As fotos e vídeos produzidos com a Cybershot são cada vez mais compartilhados no Instagram e no TikTok. Quando os jovens postam suas produções com a câmera, eles desejam se destacar em meio a tantos outros conteúdos publicados, nos quais o visual retrô oferece uma autenticidade que tem chamado atenção de seguidores e admiradores.
O estudante universitário João Lima, de 23 anos, é dono de uma Cybershot e possui um perfil no Instagram em que, especialmente, posta fotos realizadas por meio da máquina fotográfica. “Eu gosto de registrar os momentos, acho que é uma parada maneira, sabe? Ultimamente tenho usado a Cybershot para fazer vídeos também. É uma forma de revisitar o momento, de deixar aquilo meio que marcado”.
João afirma que o processo de fotografar é mais interessante do que o resultado das fotos em si. “É aquela parada de ter calma. As fotos são instantâneas, mas eu preciso passar para o computador, celular e enviar para as pessoas e postar. Tem todo um processo, não é algo tão instantâneo quanto o celular, que você só tira foto e já posta”, explica.
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