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Bienal do Livro quebra recordes com impulso das redes sociais

Presença de gigantes da internet no evento evidencia investimento no mercado literário


Repórter: Giovanna Garcia

Editor: Eduardo Dias


Foto: Banner do Evento/ Site bienal do Livro


A Bienal do Livro no Rio de Janeiro comemorou 40 anos em 2023 e quebrou recordes expressivos. Entre os dias 1 e 10 de setembro, mais de 600 mil pessoas passaram pelo Riocentro e compraram cerca de 5,5 milhões de livros, uma média de nove livros por pessoa. Na edição de 2021, por exemplo, foram vendidos 2,5 milhões e 4 milhões em 2019. O evento foi impulsionado pelas redes sociais, por conta do tema, inovação e multimídia, tendo como objetivo manter o protagonismo da literatura.


De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC), os hábitos de leitura dos brasileiros mudaram sensivelmente, principalmente no pós pandemia. A pesquisadora Zoara Failla disse em uma entrevista à CNN que “73% informam que eles leram mais na pandemia, com diversidade maior de gêneros e que a leitura de alguma forma contribuiu para a qualidade de vida”. O TikTok, YouTube, Instagram e Facebook influenciaram na escolha de leitura de 28% dos seus usuários.


Foto: Giovanna Garcia



Algumas dessas empresas investiram no evento. O Tiktok, por exemplo, foi uma das patrocinadoras e contou com um estande exclusivo com área de painéis e bate papo, além de um estúdio em forma de casa de vidro para gravação de entrevistas e vídeos. Uma das hashtags da plataforma que mostra como a literatura e a tecnologia estão ligadas é #BookTokBrasil, uma comunidade que já tem mais de 15 bilhões de visualizações com conteúdos de temática literária.


Outra campanha da rede social foi a #Livrosquesalvam, na qual, a cada vídeo publicado, o TikTok doou um real para o Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (IBEAC) e para a Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias. A Amazon também marcou presença, distribuindo brindes para quem assinasse a Kindle Unlimited, um serviço de assinatura que dá acesso a vários e-books, com os três primeiros meses gratuitos.


O evento contou com mais de 300 convidados nacionais e internacionais. A Pequena Lô, influenciadora, lançou seu livro “Na dúvida, escolha ser feliz” e participou da mesa ‘Mulheres e o humor”, com Ingrid Guimarães e Marisa Orth, na terça-feira, dia 5, no Pavilhão Azul. O autor independente Douglas Robberts, que estava pelas ruas do festival convidando os leitores a conhecer seu trabalho, disse: “Dialoguei com muitos leitores e muitos repetiram que os livros estavam caros, mas a presença dos autores internacionais, nacionais e influencers atraiu o público e incentivou as vendas”.


Foto: Print do app Tiktok



Foto: Giovanna Garcia


Afinal, só vai na Bienal quem tem hábito de leitura? Milhares de pessoas passaram pelo Riocentro, leitores e não leitores. Cristiane Lopes, de 42 anos, é um exemplo disso. Ela disse que não tem hábito de leitura diária, mas afirmou que vê o festival como uma oportunidade de saber o que está acontecendo no mercado. Cristiane decidiu ir à feira porque viu vários vídeos nas redes sociais sobre a Bienal do Livro. Um deles exibia uma brincadeira na máquina de pegar bolinhas da Estante Virtual, onde conseguiu brindes. Inicialmente ela disse que não foi para comprar livros, mas o evento despertou seu interesse pela leitura.


Início da Bienal e evolução do evento


A primeira edição da Bienal do Rio de Janeiro ocorreu em 1983, no Copacabana Palace. Organizada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). Mara Faria, administradora do setor financeiro, trabalhou na edição de 1993, já no Riocentro, e relembra que a feira era mais simples, não tinha tanta divulgação, tantas mesas e autores, mas já fazia sucesso na época. A edição deste ano precisou dos 90 mil metros quadrados de três pavilhões para receber os leitores, o que evidencia a transformação da Bienal em um megaevento.




















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