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Aros quebrados e poucas quadras: A situação do basquete na Baixada Fluminense

Moradores relatam dificuldades de praticar basquete em Nilópolis e Mesquita


Repórter: Diego Figueiredo

Editor: Bernardo Monteiro


Aros e tabelas depredados têm sido recorrente nas quadras de Mesquita - Foto: Diego Figueiredo

A situação em Nilópolis para o basquete é bastante complexa, quase não há quadras que permitam que o esporte seja praticado. Atualmente, só se pode jogar basquete de graça em duas quadras poliesportivas em todo o município (na Vila Olímpica de Nilópolis e na Praça Santos Dumont). Apesar disso, as poucas quadras disponíveis não apresentam condições ideais para o desenvolvimento da modalidade.


No Brasil, a popularidade do futebol cria um ambiente de opressão para outros esportes. Quando perguntado sobre a situação das quadras no município, Gabriel Lacerda, morador de Nilópolis de 21 anos, afirmou: “Em Nilópolis, existe uma disparidade enorme entre o número de quadras de basquete para o número de quadras de futebol, existiam mais antigamente e elas foram vandalizadas. E quando foram reformadas, se tornaram apenas quadras de futebol”.

Aros da quadra na Praça Santos Dumont entortado e com a rede vandalizada. - Foto: Diego Figueiredo


Enok Pereira, artista de 22 anos e jogador amador de basquete, deu uma declaração contundente sobre o vandalismo nas quadras poliesportivas: “Infelizmente, é comum ver uma quadra vandalizada aqui na Baixada, de poliesportiva vira quadra de futebol. Quem pratica futebol muita das vezes é quem vandaliza as quadras. O esporte era pra ser uma ferramenta de inclusão social e o futebol minimiza isso”.


A baixada não tem estrutura para alavancar o basquete na região, são poucas atividades gratuitas para incentivar as crianças a praticarem outros esportes senão o futebol, o que resulta em discordância entre as pessoas, já que é de difícil aceitação entender que o espaço é para incluir não só o futebol, mas também o basquete, o vôlei, o handebol, e quaisquer outros esportes que possam ser praticados.


Em contrapartida, Mesquita segue um caminho diferente dos outros municípios da baixada fluminense, uma vez que existe um incentivo bem significativo no basquete. O município conta com uma equipe feminina local (Sodiê Mesquita) participando de campeonatos nacionais e projetos de aulas de basquete gratuitas com aporte da prefeitura. Brenno Chaves, morador de Mesquita e jogador amador, discorda que exista uma opressão do futebol no município: “Não acho que a popularidade do futebol oprime o basquete, pelo menos em Mesquita. Em Nova Iguaçu, eu já sentia mais porque a maioria das quadras são poliesportivas e o pessoal do futebol metia a mão nos aros. Em Mesquita, eu nunca vi isso”.


Mesquita é menor do que Nilópolis e mesmo assim tem uma quantidade maior de oportunidade para praticar basquete em quadras públicas. Existem quadras que são SOMENTE para o basquete como as duas que ficam na Ciclovia de Mesquita e entre outras cinco que são poliesportivas. A qualidade dos aros e tabelas não é ideal, a manutenção da prefeitura ainda é considerada insuficiente, porém o espaço para desempenhar existe e é valorizado no município. Quando perguntado sobre a vandalização dos aros em Mesquita, Brenno afirmou: “Sempre que um aro quebra geralmente é por causa do tempo de uso mesmo e normalmente é trocado bem rápido pela prefeitura. Sei que em outros lugares é bem comum a vandalização das quadras de basquete, mas aqui isso não é frequente.”


Confira um vídeo do aro na quadra de basquete da ciclovia de mesquita:

Vídeo de um dos aros da quadra exclusiva de basquete na ciclovia de Mesquita


Os problemas do basquete na Baixada Fluminense são retrato do pouco investimento da modalidade no país. Tendo seu auge na década de 60, o basquete brasileiro há algumas décadas não figura em espaços de destaque internacional, justamente por competir com países nos quais a modalidade é realmente valorizada.

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