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Altinha e futevôlei tomam praias do Rio

Modalidades voltam ao litoral carioca com a chegada do verão e buscam reconhecimento como esporte olímpico


Repórter: Tiago Mendes

Editor: Gabriel Amaro


Praticantes de altinha no Rio de Janeiro - Foto: Reprodução/Facebook

A altinha e o futevôlei ganharam reconhecimento no Rio de Janeiro: foram declarados Patrimônio Cultural Imaterial do estado. Movimentos recentes buscam profissionalizar especialmente a altinha, com a criação da Liga Altinha Brasil em 2021 para promover o esporte nacionalmente. Eles se tornam ainda mais presentes nas praias cariocas com a chegada do verão e ganham relevância nos debates sobre sua inclusão nas Olimpíadas.


A altinha, que surgiu como uma variação recreativa do futebol, pode ser jogada com qualquer tipo de bola — a única regra é não deixá-la cair —, e é equivalente a um jogo coletivo de embaixadinhas. O futevôlei foi criado quando, após uma intervenção policial contra a prática da altinha na orla de Copacabana em 1962, um grupo transferiu o jogo para a faixa de areia e adaptou as regras do vôlei para os pés.


Segundo Paulo Santos, estudante de Engenharia Elétrica e praticante do esporte desde 2017, existem esperanças de que um dia a altinha se torne esporte olímpico, mas é um processo lento: “A missão é difícil mas a esperança é a última que morre. Para virar oficialmente um esporte olímpico tem que passar pelo Comitê Olímpico Internacional, mas antes disso é preciso que a altinha se difunda para outros países para ter competidores”.


O futevôlei, mais popular que a altinha, já teve destaque em entrevistas com ex-jogadores de futebol como Romário, Edmundo e Renato Gaúcho. A modalidade conta com federações próprias e um campeonato mundial, e sediou a Liga Mundial de Futevôlei em 2003 na Grécia.


As discussões sobre o esporte fazer parte das Olimpíadas acontece desde 2012, mas nunca se concretizou de fato, de acordo com Lucas Fernandes, professor de futevôlei. “É um esporte que está em expansão, mas ainda não há nada consolidado. Acho que essa é a maior dificuldade de levar o futevôlei para as Olimpíadas,” diz ele.


Regras e diferenças

Praticante de futevôlei - Foto: Vinícius Araújo

As modalidades proíbem o uso das mãos, uma regra herdada do futebol. A altinha é vista como uma prática recreativa, sem objetivo de competição, enquanto o futevôlei apresenta um caráter mais competitivo, com regras e pontuação definidas. Na altinha, não há limite para o número de jogadores, mas recomenda-se quatro participantes para facilitar o jogo. Manobras e dribles, conhecidos como “tricks”, agregam variedade e desafio à atividade.


A altinha é mais básica, com poucas regras. Porém, com jogadores mais experientes, existe uma recomendação para deixar o jogo mais competitivo. Lucas conta que cortar a bola deixa a partida mais dinâmica: “No caso de um quarteto estar jogando, é maneiro que os jogadores cortem a bola. Ou seja, que joguem a bola de propósito no jogador que estiver a frente. Isso deixa mais competitivo, tipo futevôlei, e com levantamento, corte e defesa, o jogo fica mais pegado e divertido”.


O futevôlei, por outro lado, se assemelha mais ao vôlei tradicional, proibindo o uso de mãos e braços. Geralmente jogado em duplas, o esporte segue regras similares ao vôlei, com sets de 18 ou 12 pontos. Cada equipe joga em um lado de uma quadra de vôlei de praia, delimitada oficialmente por medidas de 9x18 metros, com uma rede de 2,20 metros de altura. São permitidos três toques na bola por equipe, incluindo saque, recepção, passe, ataque e defesa.



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