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Estefani Andrade

Alerj aprova lei para suporte a protetores de animais desabrigados

Cuidadores autônomos esperam apoio para desafios financeiros e logísticos


Repórter: Estefani Andrade

Editor: Gabriel Amaro

Projeto de Lei aprovado pela Alerj busca firmar parceria com cuidadores de animais - Foto: Freepik

Em resposta à crise de 3,4 milhões de animais desabrigados no estado do Rio, dado estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou recentemente o Projeto de Lei 5.783/22. A proposta promete ampliar o apoio aos cuidadores autônomos, que enfrentam dificuldades financeiras para manter os cuidados necessários, e agora aguardam a assinatura do governador para trazer mudanças concretas a essa realidade desafiadora.


Magaly Braga, 25 anos, cuidadora autônoma e amante dos animais, define a atividade como repleta de dedicação e despesas, mas gratificante ao assistir a recuperação e adoção dos animais que socorre: “É um trabalho de amor, de paciência e de custo. Mas todo esforço vale a pena para ajudar esses animaizinhos inocentes”.


Ela presenciou uma situação de abandono de animais perto de sua casa, um momento que descreve como difícil e triste. “Minha vizinha abandonou 4 gatos e 2 cachorros. Eu cuidei deles com tudo que precisavam, por causa do mal estado que estavam. Levei meses pra conseguir que eles fossem adotados,” conta Magaly.


A carioca menciona suas principais dificuldades para cuidar dos animais, especificamente problemas como a falta de dinheiro: “O custo financeiro às vezes fica muito alto com a alimentação, as vacinas, os cuidados médicos e também a estadia em lares provisórios. A questão financeira, principalmente, é o maior obstáculo para adquirir os recursos que precisamos e na maioria das vezes eu não tenho nenhum tipo de ajuda”.


Fernanda Gomes, de 30 anos, também atua como cuidadora independente de animais. Ela conta que a pressão financeira limita muito seu trabalho e que pede ajuda de moradores do bairro para arcar com as despesas mensais. “Com alimentação, eu chego a gastar em média R$ 130, por conta da pequena quantidade de animais em situação de rua que eu cuido. Se houver despesas veterinárias, o valor aumenta para mais de R$ 1 mil. Eu peço constantemente ajuda de amigos meus”, explica Fernanda. Apesar das dificuldades, ela ajuda os animais que encontra na rua da maneira que pode, principalmente com alimentação e cuidados veterinários, quando consegue apoio de outras pessoas.


Projeto de parceria do governo


O Projeto de Lei 5.783/22 autoriza o Governo do Estado a firmar parcerias com protetores e cuidadores de animais soltos ou abandonados. Segundo o texto da proposta — que foi encaminhado para o governador Cláudio Castro (PL-RJ) para que seja sancionado —, as parcerias, diretamente ou por associação, deverão ter o prazo mínimo de 12 meses. Além disso, o projeto prevê a realização de parcerias público-privadas para financiamento de despesas.


Embora seja um passo na direção certa, as cuidadoras esperam que essa iniciativa realmente provoque mudanças significativas e alivie as pressões enfrentadas no trabalho. “Se houver suporte para os cuidadores de animais, acredito que vai ajudar muito. É necessário existir vagas em locais públicos para recolhimento e atendimento a esses animais, pois nem sempre podemos ou temos lugar para acolhê-lo”, diz Magaly, que faz um apelo para que o governo e a sociedade apoiem aqueles que trabalham para garantir o bem-estar dos animais em situação de rua.


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