Mostra gratuita apresenta curiosidades sobre os desfiles carnavalescos da escola de samba
Repórter: Hiago Soares
Editor: Larissa Mafra
Sala da exposição “Artesania Ancestral nos 95 anos da Mangueira” - Foto: Crab/Instagram
O Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (Crab) apresenta, de forma gratuita, a exposição “Artesania Ancestral nos 95 anos da Mangueira”, em suas instalações. Em comemoração ao aniversário da Estação Primeira de Mangueira, a mostra cultural celebra os destaques artísticos, contextos históricos e o talento dos artesãos que contribuíram para a história da escola de samba.
O projeto esclarece, por meio de uma linha do tempo, a importância do artesanato na construção da agremiação verde e rosa, e o quão essencial se tornou até os dias atuais nos desfiles carnavalescos. As influências e usos de elementos africanos, indígenas e reciclados na formação das alegorias e adereços também recebem o devido reconhecimento.
A exposição oferece uma imersão na rica herança cultural do Brasil, que proporciona uma experiência enriquecedora e inspiradora. Mesmo após quase um século de existência, a Mangueira se mantém como uma das escolas de samba mais relevantes, com um histórico de 20 vitórias.
Maquete “Unidos da Imaginação” presente na exposição do Crab - Foto: Hiago Soares
Um dos destaques da exposição é a maquete “Unidos da Imaginação”, uma criação do artista e conceituador William Ferreira, de 53 anos. Construída por meio de materiais reciclados, a miniatura é capaz de representar o universo colorido e chocante do Carnaval carioca. “Eu não tenho critérios específicos. Utilizei garrafas plásticas, palitos de sorvete, pastas de dente, shampoo, tampas de iogurte e pedaços de tecido. Tudo serve, qualquer pequeno objeto disponível foi aproveitado”, explicou William.
Temas políticos e sociais relacionados ao Carnaval também são abordados na exibição, já que a festividade frequentemente apresenta críticas e reflexões sobre as desigualdades presentes na sociedade brasileira. Isso inclui análises dos impactos negativos e da censura durante os governos do presidente Getúlio Vargas e a Ditadura Militar.
De acordo com William, a maquete questiona principalmente a falta de harmonia na evolução da sociedade e as demais relações entre o homem e a humanidade. Na visão dele, os valores como solidariedade, bondade, amor e consciência estão se tornando cada vez mais escassos. “Por isso, surgiu esse enredo; sou muito ligado a essas questões. Falo sobre virtudes, pecados e os excessos que a sociedade comete em meus trabalhos. Tudo o que temos de bom, usamos também para a destruição”, completa o artista.
A exposição “Artesania Ancestral nos 95 anos da Mangueira” e a maquete “Unidos da Imaginação” estão abertas à visitação no Crab Sebrae de terça a sábados, das 10h às 17h. O centro de referência fica localizado na Praça Tiradentes, no Centro do Rio de Janeiro.
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